A atualidade de Fátima

Por conta do modernismo, muitos católicos enxergam as aparições de Fátima como algo do passado, que já foi superado, e que não possuí tanto impacto atualmente, o que é um gigantesco erro, que impede muitos de verem as soluções para a atual crise da Igreja.
Evidentemente, essa visão foi implantada forçadamente pelos modernistas, grandes inimigos de Fátima, que fizeram (e fazem) de tudo para abafar a mensagem dada aos pastorinhos. Já na época, eles criticavam as aparições, como fez o Padre Mário Pais de Oliveira, dizendo:
“[O Deus descrito nas Memórias da Irmã Lúcia] nada tem a ver com o Deus revelado em Jesus de Nazaré. Tem tudo a ver com um Deus sanguinário, que se compraz no sofrimento de inocentes, um Deus criador de infernos para castigar aqueles que deixam de ir à missa aos domingos, ou dizem palavras feias, um Deus ainda pior do que algumas das suas criaturas”
A mensagem de Fátima é tão temida pelos modernistas porque reafirma partes importantíssimas da doutrina católica por eles negadas: o inferno, a necessidade de penitências e ações reparadoras, e o fato que Deus pune nossa infidelidade. Em geral, a aparição lembra-nos de uma coisa: Deus quer que levemos sua religião a sério.
Esse lembrete é um escândalo para os modernistas, já que sua doutrina se baseia na relativização de tudo, inclusive do pecado, para que se faça uma religião de mornos, “católicos” que não vão às missas, não rezam e não lutam por políticas católicas.
No mundo em que vivemos, a Rússia é vista por muitos como um país ultraconservador que se opõe ao globalismo e que deve ser endossado por isso. Realmente, a Rússia faz uma oposição ao globalismo, pois quer instituir o seu, alinhada com as ideias de Aleksandr Dugin.
Uma das partes da mensagem era dedicada a Rússia, sendo:
Para a impedir, virei pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem aos meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz, se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja, os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim o meu Imaculado Coração triunfará.
Essa mensagem é, até hoje, interpretada somente como se referindo ao bolchevismo. Entretanto, analisando a situação atual da Rússia, é possível observar que a mensagem não se referia somente ao bolchevismo, mas também a muitos outros erros como a “ortodoxia”, o falso tradicionalismo russo e a Quarta Teoria Política.
Esse falso tradicionalismo seduz muitos, que passam a defender a Rússia fanaticamente. A Quarta Teoria Política foi criada por Dugin, um russo que viveu o fim da União Sovética e se juntou a um grupo perenialista, e, por um tempo de sua vida, foi satanista.
Dugin é um neo-eurasiano, um movimento político que prega que a Rússia não é nem europeia, nem asiática, mas a um novo conceito, Eurásia. Além disso, os eurasianos são irredentistas, e pretendem recuperar territórios russos perdidos, além de pretenderem anexar novos territórios.
Todos os generais russos foram formados com influência duginista, já que seus livros são de leitura obrigatória para os oficiais em formação. Este é o grande motivo do interesse da Rússia em recuperar a Ucrânia, e mantêm uma grande influência na CEI (bloco formado por ex-repúblicas soviéticas).
A dita “ortodoxia” atraí muitos, especialmente os que se assustam com o estado da seita conciliar, que, inocentemente, pensam que é uma igreja tradicional, somente por sua estética e ritos.
Evidentemente, a igreja ortodoxa é cismática, tendo rompido com a Santa Igreja em 1054, e, desde então, servindo de instrumento de estado para cada lugar em que se instala.
Tanto no Império Romano do Oriente quanto no Império Russo, a igreja ortodoxa foi usada como instrumento de estado, e o imperador interferia em matérias religiosas. No caso da Rússia, o imperador já chegou a abolir o patriarcado de Moscou.
Claramente, a mensagem de Fátima se referia a todos esses erros. Infelizmente, depois dos anos 50, a Irmã Lúcia foi substituída por uma impostora (que possuía um queixo, testa, nariz, olhos, escrita e braço que escreve diferentes) que pregava totalmente o oposto da mensagem (nunca mais falando sobre perigo eminente e penitência, como fez na entrevista com o Padre Fuentes) e trabalhou para propagar a religião conciliar.
Por isto, não conseguimos saber qual a verdadeira interpretação do terceiro segredo, já que a interpretação divulgada foi feita pelo então Cardeal Ratzinger em 2000, 40 anos depois do prazo que Nossa Senhora deu para o segredo ser revelado.
A Irmã Lúcia disse para o Pe. Fuentes que “Deus vai castigar o mundo, e vai castigá-lo de uma maneira tremenda. O castigo do Céu está iminente.”, e que sucederia nos anos 60 “uma coisa muito triste para todos”. Coincidentemente, o Concílio Vaticano II se deu entre 1962 e 1965, e resultou numa enorme decadência do clero e abandono da religião.
Portanto, devemos dar mais atenção para mensagem de Fátima, orar pela conversão da Rússia, fazer penitências e ações reparadoras pelos hereges e infiéis e propagar as devoções do Imaculado Coração e dos cinco primeiros sábados.
Bruno,
São Paulo dos Campos de Piratininga, Terra de Vera Cruz, 2 de maio de 2023, 523º do descobrimento e 201º da Independência.
Entrevista ao Padre Fuentes
Entrevista ao Padre Fuentes (site do Pe. Paulo Ricardo)