A suposta ortodoxia grega e suas contradições

A suposta ortodoxia grega e suas contradições

Não deveria ser surpresa para ninguém que, neste período de Crise na Igreja, muitos católicos apostatam em favor da seita dos gregos, que toma para si o nome de “catolicismo ortodoxo”.

Os motivos que levam tantos católicos são muitos, mas em especial, a falta de estudo, especialmente o catecismo, e deixar levar-se por uma estética, com a falsa impressão de ser superior à liturgia e espiritualidade latina por conta da crise.

Com a inserção de novidades pelo Concílio Vaticano II e a destruição da liturgia com o Novus Ordo Missae, o que havia sobrado da cristandade colapsou, e acabou, infelizmente, fazendo o oriente, cismático, mas que se manteve de certa forma isolado como consequência do bolchevismo, parecer melhor, tanto moralmente quanto litúrgica e espiritualmente. Na realidade, o oriente é oco, apenas estética, nada possuí de doutrina.

Esta seita grega possuí grandes contradições, especialmente quando se considera o que os doutores da Igreja diziam, e isso é evidentemente uma decorrência do motivo que levou ao cisma de 1054, que não foi principalmente por razões teológicas, mas por razões políticas e culturais.

Desde a Grécia Antiga, os gregos desenvolveram uma característica cultural, um sentimento de superioridade, que acabou se agravando com as contribuições gregas para a Igreja no seu início. Os primeiros concílios e os primeiros apologistas vinham do oriente, e isso, infelizmente, ajudou muito a inflar o ego dos orientais.

Em contrapartida, a maioria das primeiras heresias surgiram e se espalharam no oriente. Podemos citar como exemplo o arianismo, montanismo, iconoclasmo, docetismo, adocionismo, monofisismo e o nestorianismo, entre muitos outros.

Do campo político, podemos notar a inúmeras e intensas interferências do imperador bizantino no governo da Igreja do oriente, muitas vezes até favorecendo as heresias, impondo suas opiniões, e até apontando patriarcas, que foi o caso de como Miguel I Cerulário, responsável pelo cisma, chegou ao seu posto.

Muitas das doutrinas gregas contradizem os doutores da Igreja, especialmente os doutores latinos, subestimados por eles. Santo Agostinho defendia a doutrina de primazia romana (Sermão 131,10), embora os gregos tentem distorcer suas palavras para reduzir para uma primazia honorífica, além da doutrina do pecado original. Santo Ambrósio defendia a cláusula Filioque (Sobre o Espírito Santo).

Os problemas e falhas dos gregos (e outros cismáticos) podem ser demonstrados pelos seus frutos. Eles não se preocuparam muito em expandir para fora de seus países, são extremamente divididos (Igreja Ortodoxa Russa x Igreja Ortodoxa Russa no Exílio; Veterocalendaristas; Igreja Ortodoxa Russa x Igreja Ortodoxa Ucraniana).

Além disso, são extremamente submissos às instituições temporais (justamente o motivo pelo qual existem), como a União Soviética, com uma grande suspeita de que o atual patriarca moscovita tenha sido ajudado pela KGB.

É importante recordar que os “ortodoxos” não são amigos nem aliados, como bem mostraram com o Sínodo de Lviv, quando, com auxílio soviético, tentaram fazer os clérigos greco-católicos ucranianos cismarem com Roma, deportando e torturando os que rejeitavam, como o Cardeal Slipyj, que foi proibido de falar mal do comunismo no Concílio Vaticano II.

Não coincidentemente, todos os patriarcados originais que cismaram, hoje estão sob controle islâmico, e deixaram de ser maioria em suas próprias cidades. Que Deus conceda-lhes a graça de verem que vivem no erro, e que eles possam retornar à comunhão com a Santa Igreja.

Bruno,
São Paulo dos Campos de Piratininga, Terra de Vera Cruz, 6 de setembro de 2023, 523º do descobrimento e 201º da Independência.