As leituras perigosas para a fé e o magistério da Igreja

Quais leituras são lícitas aos católicos? E quem pode definir isso? Este artigo busca elucidar essas questões.

As leituras perigosas para a fé e o magistério da Igreja
Pintura da disputa entre São Domingos de Gusmão e os Cátaros, livros de ambos os lados foram lançados à fogueira, mas milagrosamente os livros do santo levitaram e foram totalmente preservados do fogo, enquanto os escritos cátaros foram consumidos pelas chamas; obra do pintor espanhol Pedro Berruguette

Nos tempos atuais, muitos católicos não sabem o que lhes é lícito consumir no campo das leituras, músicas, filmes e entretenimento no geral, esta confusão gestada hoje na Igreja é um dos efeitos claros do modernismo que atingiu o clero e o laicato, especialmente durante o século XX e que finalmente teve seu apogeu no Concílio Vaticano II, entronizando oficialmente uma série de erros e ambiguidades à mente dos católicos leigos, e de quase todo o clero, que diga-se de passagem, já padecia com o modernismo contumaz que se espalhava em muitos seminários, sendo propriamente a maculação do clero uma das grandes razões para o concílio ter sido o que foi. Essa onda de modernismo produziu católicos muito pouco preocupados com o destino de suas almas, veja, é comum que eventualmente fiquemos tíbios com relação a fé e a boa conduta, mas isso não pode ser considerado normal e não pode ser uma constante, é dever de todo católico lutar contra essa tibieza, se afastando do pecado e daquilo que o conduz ao mesmo, isso inclui atentar-se à basicamente tudo que consumimos, desde o campo intelectual até o entretenimento. Nos últimos meses a Legião e o autor que vos escreve, lançou um artigo contra a publicação, divulgação e leitura de Yukio Mishima, que além de defender bizarrices filosóficas, era também um blasfemo contumaz, o link do artigo está a seguir:

O falso tradicionalismo e o verdadeiro nacionalismo católico
O que é o verdadeiro tradicionalismo católico? Quais figuras devem ser repudiadas e nunca divulgadas por católicos? Yukio Mishima pode ser lido e endossado por católicos apenas por ser “tradicionalista”? As respostas estarão no artigo

Artigo acerca de Mishima

Pois bem, ainda sim, muitos católicos (especialmente os que aparentemente possuem uma má formação) e organizações ditas católicas, insistem em negar essa verdade, de que muitas obras não são lícitas por colocarem em risco a fé e a moral. Para responder a essa estranha negação, basta dizer que essa posição sempre foi defendida pela Igreja durante a história, e é justamente a confirmação disto que será apresentada neste artigo. Antes, é necessário pontuar quem pode definir que obras são lícitas ou ilícitas aos católicos.

Quanto a isso; em primeiro lugar esse papel é do magistério, entretanto, foi realizada a revogação do próprio Index Librorum Prohibitorum (Índice dos Livros Proibidos) pelo papa Paulo VI em 1966, e com a atual crise que vivemos, os papas pós conciliares se recusam a utilizar do poder da Cátedra de Pedro, ou seja, basicamente não utilizam de seu poder magisterial. Além desse grande problema, padres e bispos em sua grande maioria aderiram ao liberalismo e ao modernismo na fé, dessa maneira, se recusam na maior parte das vezes a condenar aquilo que é perigoso para as almas e para a fé dos seus fiéis; dado todo esse atual cenário, os fiéis se encontram um tanto perdidos para entender aquilo que lhes é lícito ou não, portanto para solucionar esse problema, escolha um bom padre, de preferência um padre da Tradição, e o selecione como confessor e diretor espiritual, caso tenha alguma leitura ou conteúdo que queira consumir/estudar e que tenha um teor um tanto heterodoxo ou duvidoso, pergunte a este mesmo padre que lhe dirige espiritualmente se lhe é permitido começar ou prosseguir com essa leitura ou estudo, essa sempre foi a posição da Igreja quanto a permissão de se ler obras duvidosas ou que o leitor tenha algum tipo de receio, e que podem ser perigosas para a fé.

Paulo VI, papa que finalizou o Concílio Vaticano II em 1965, que "promulgou" um novo Missal em 1969 e que revogou o Index Librorum Prohibitorum.

Ainda sim, sabendo que a atual crise não permite que todos tenham acesso à bons padres, referenciarei neste artigo condenações do magistério e do próprio Index sobre as leituras e conteúdos que podem ser prejudiciais à fé e as almas; o cuidado com as obras consumidas no campo intelectual ou do entretenimento deve ser uma grande prioridade na vida de um católico, e aliado a isso, deve existir também um ímpeto de busca das boas obras.

O MAGISTÉRIO E AS OBRAS DANOSAS

Primeira página do Index Librorum Prohibitorum de 1711, o livro em questão está na biblioteca nacional da Eslovênia.

Antes de entrarmos no ponto enunciado, é necessário lembrar que ainda que o Index tenha sido abolido, essa abolição se refere SOMENTE às penas canônicas, propriamente a Congregação para a Doutrina da Fé (neste caso, o documento que emite esse comunicado é de autoria do saudoso cardeal Alfredo Ottaviani) afirmou ainda em 1966 que a força moral do Index continuava em vigor, e fez um aviso para que católicos continuassem em alerta com relação as leituras perigosas para a fé e a moral (as referências estarão no final do artigo, mas o texto em questão pode ser acessado aqui). Isso já responde com bastante clareza a acusação estúpida de que se abster e "censurar" completamente obras e autores é uma mentalidade "infantil", "imatura" e "tacanha", afinal de contas, ainda que o Index tenha sido abolido, sua força moral permanece, e as obras adicionadas ao Index até 1948 não podem ser lidas de maneira despretensiosa ou sem autorização de um superior hierárquico (neste caso, sacerdotes de um modo geral) afinal de contas, a Igreja e seu autêntico magistério sempre alertaram acerca das más obras; vale lembrar também que não basta recorrer à qualquer sacerdote nos tempos atuais, como já vimos em alguns casos escandalosos, alguns sacerdotes hereges permitiriam a leitura das mais perversas e danosas obras, por isso é necessário se atentar ao que o magistério sempre afirmou e procurar um sacerdote de confiança, de preferência da Tradição.

Voltando ao tema da censura, ao longo da história os santos padres não só afirmaram a legitimidade da censura, como a aplicaram, isto é evidenciado pela própria existência do Index, portanto, afirmar que censurar autores e obras é uma mentalidade tacanha e esquizoíde é o mesmo que dizer que muitos santos padres do passado, verdadeiros bastiões da fé, compartilhavam desses defeitos, ou melhor dizendo, seria ofender os mesmos. Portanto, é preciso retirar da cabeça de alguns católicos a defesa da chamada "liberdade de expressão", que é absolutamente falsa, já que o erro não possui direitos, apenas a verdade, portanto, aquilo que é falso não só pode, como deve ser censurado. Vejamos então, alguns trechos de documentos do magistério, feitos também por papas no passado, reiterando a necessidade de se abster do consumo de certas obras, podendo estudá-las SOMENTE e apenas com a permissão de um superior hierárquico competente.

Na Constituição Apostólica Officiorum ac Munerum, do papa Leão XIII, é feita uma revisão do Index anterior, o documento também é chamado de "Index Leonianus".

Papa Leão XIII

No documento, o papa diz:

Nesta guerra, muitos e variados são os estratagemas e dispositivos prejudiciais do inimigo; mas o mais perigoso de todos é a liberdade desenfreada de escrever e publicar literatura nociva. Nada pode ser concebido de maneira mais perniciosa, mais apta a contaminar as almas, por meio de seu desprezo pela religião e por suas múltiplas seduções ao pecado. Portanto, a Igreja, que é a guardiã e defensora da integridade da fé e da moral, temerosa de tão grande mal, desde cedo percebeu que remédios devem ser aplicados contra essa praga; e por esta razão ela sempre se esforçou, tanto quanto estava em seu poder, para impedir os homens de lerem livros ruins, como os protegendo de um veneno mortal. Os primeiros dias da Igreja foram testemunhas do zelo sincero de São Paulo a esse respeito; e todas as épocas subsequentes testemunharam a vigilância dos Padres, as ordens dos bispos e os decretos dos Concílios em uma direção semelhante.
Documentos históricos dão testemunho especial do cuidado e da diligência com que os Romanos Pontífices se esforçaram vigilantemente para impedir a propagação descontrolada de escritos heréticos prejudiciais ao público. A história está cheia de exemplos. Anastácio I condenou solenemente os escritos mais perigosos de Orígenes, Inocêncio I os de Pelágio, Leão o Grande todas as obras dos maniqueístas. As cartas decretais, oportunamente emitidas por Gelásio, sobre livros a serem recebidos e rejeitados, são bem conhecidas. E assim, ao longo dos séculos, a Santa Sé condenou os escritos pestilentos dos monotelitas(...).

Ao final, lista os conteúdos não lícitos à leitura:

DECRETOS GERAIS RELATIVOS À PROIBIÇÃO E CENSURA DE LIVROS. ARTIGO I. Da Proibição de Livros.
CAPÍTULO I.
Dos livros proibidos de apóstatas, hereges, cismáticos e outros escritores.
1. Todos os livros condenados antes do ano 1600 pelos Soberanos Pontífices, ou pelos Concílios Ecumênicos, e que não sejam registrados no novo Índice, devem ser considerados como condenados da mesma maneira que anteriormente, com exceção dos permitidos por os presentes Decretos Gerais.
2. Os livros de apóstatas, hereges, cismáticos e todos os escritores que defendem heresia ou cisma, ou de qualquer forma atacando os fundamentos da religião, são totalmente proibidos.
3. Além disso, são proibidos os livros de não-católicos, ex professo tratando da religião, a menos que claramente não contenham nada contrário à fé católica.
4. Os livros dos escritores acima mencionados, não tratando ex professo de religião, mas apenas tocando incidentalmente sobre as verdades da fé, não devem ser considerados como proibidos pela lei eclesiástica, a menos que sejam proibidos por decreto especial.
CAPÍTULO IV
Dos Livros Obscenos
9. Livros que tratam, narram ou ensinam abertamente assuntos lascivos ou obscenos são totalmente proibidos, pois deve-se ter cuidado não apenas com a Fé, mas também com a Moral, que é facilmente corrompida pela leitura de tais livros.
10. Os livros de autores clássicos, antigos ou modernos, se desfigurados com a mesma mancha de indecência, são, pela elegância e beleza de sua dicção, permitidos APENAS para aqueles que são justificados por causa de seu dever ou função de ensino; mas em nenhum caso eles podem ser colocados nas mãos de, ou ensinados a, meninos ou jovens, a menos que sejam cuidadosamente expurgados.
CAPÍTULO V
De certos tipos especiais de livros
11. São condenados aqueles livros que são depreciativos para Deus Todo-Poderoso, ou para a Bem-Aventurada Virgem Maria, ou para os Santos, ou para a Igreja Católica e seu Culto, ou para os Sacramentos, ou para a Santa Sé. À mesma condenação estão sujeitas aquelas obras nas quais a idéia da inspiração da Sagrada Escritura é pervertida, ou sua extensão muito limitada. Além disso, são proibidos aqueles livros que insultam professamente a Hierarquia Eclesiástica, ou o Estado Clerical ou Religioso.
12. É proibido publicar, ler ou manter livros em que se ensinem ou recomendem feitiçaria, adivinhação, magia, evocação de espíritos e outras superstições desse tipo.
13. São proibidos os livros ou outros escritos que narrem novas aparições, revelações, visões, profecias, milagres, ou que introduzam novas devoções, mesmo a pretexto de serem particulares, se publicados sem autorização legítima dos Superiores Eclesiásticos.
14. Além disso, são proibidos aqueles livros que defendem como legais, duelos, suicídio ou divórcio; que tratam da Maçonaria, ou outras sociedades do gênero, ensinando-as a serem úteis e não prejudiciais à Igreja e à Sociedade; e os que defendem os erros prescritos pela Sé Apostólica.

Sobre as editoras católicas:

CAPÍTULO IV.
De impressores e editores de livros.
43. Nenhum livro sujeito à censura eclesiástica pode ser impresso, a menos que tenha no início o nome e sobrenome do autor e do editor, juntamente com o local e ano de impressão e publicação. Se em algum caso particular, por justa causa, parecer conveniente suprimir o nome do autor, isso pode ser permitido pelo Ordinário.
44. Impressores e editores devem lembrar que novas edições de uma obra aprovada requerem uma nova aprovação; e que uma aprovação concedida ao texto original não é suficiente para uma tradução para outro idioma.
45. Os livros condenados pela Sé Apostólica devem ser considerados proibidos em todo o mundo e em qualquer língua em que sejam traduzidos.
46. ​​Os livreiros, especialmente os católicos, não devem vender, emprestar ou guardar livros que tratem de assuntos obscenos. Não devem manter à venda outros livros proibidos, a menos que tenham obtido autorização do Ordinário da Sagrada Congregação do Índice; nem vender tais livros a qualquer pessoa que eles não julguem prudentemente ter o direito de comprá-los.

O documento na íntegra estará ao final do artigo, mas caso deseje, a versão em Latim ou em Inglês já estão linkadas aqui.

Pois bem, em primeiro lugar, o papa Leão XIII proíbe automaticamente uma série de conteúdos; já outros, caso tivessem um conteúdo duvidoso mas fossem passíveis de debate, se denunciados como tal, deveriam passar pelo processo legal para efetivamente, sob julgo das autoridades eclesiais, serem definido como impróprios e então, adicionados ao Index. Mas aquelas obras que possuem o conteúdo enunciado acima no documento, estão AUTOMATICAMENTE proibidas, como já dito. Além disso, o último Index da Igreja, de 1948, e todos os posteriores ao Index Leonianus, não revogam as proibições apontadas por Leão XIII e que já haviam sido levantadas, é claro, ao longo da história da Igreja.

Levando em consideração o fato de que não houve um pronunciamento magisterial acerca de uma obra/autor em específico e que tal obra não esteja ferindo algum ponto enunciado por Leão XIII, ou que tal obra já tenha sido analisada por autoridades competentes e nada de heterodoxo tenha se encontrado; presume se que tal obra seja lícita, ainda que de maneira injusta seja acusada ou apontada como imprópria por escrupulosos. Visando facilitar o entendimento sobre essa questão, exemplificarei com mais especificidade obras que se encaixam nas condições dispostas acima, em especial sobre um autor e sua grande obra, que é frequentemente acusada de maneira injusta por indivíduos paranoicos, e por fim, darei exemplos de outros, que legitimamente e com provas categóricas, são acusados de gnosticismo, perenialismo, heresias e blasfêmias, e que portanto estão proibidos ipso facto, devendo então de maneira obrigatória, serem evitados à todo custo por todos os católicos.

TOLKIEN E AS FALSAS ACUSAÇÕES SOBRE SUA OBRA

John Ronald Reuel Tolkien ou J.R.R Tolkien

Tolkien foi um grande gênio da literatura do século XX, um grande intelectual e um linguista espetacular. Além de tudo isso, sempre foi um católico devotíssimo, e isto por herança de sua mãe Mabel Tolkien, que como o próprio professor dizia, tinha lhe ensinado tudo aquilo que era mais importante e fundamental em sua vida, o catolicismo. Mabel faleceu em 1904 quando o pequeno Tolkien tinha 12 anos, em testamento ela deixou a guarda dos seus filhos sob a tutela do padre Francis Xavier Morgan, conhecido comumente como padre Morgan, obviamente esse fato aflorou ainda mais a devoção ao catolicismo e uma boa formação católica na vida de Tolkien. Ainda sim, a obra de Senhor dos Anéis, melhor dizendo, todo o universo da Terra Média, é frequentemente acusado de gnosticismo ou de apologia ao paganismo.

Arte de The Lord of the Rings: Conquest™

O objetivo não é aprofundar a questão, afinal de contas são extensos e múltiplos argumentos versados por aqueles que acusam Tolkien de algo, portanto, essa será apenas uma exposição ligeira para refutar brevemente as acusações mais rotineiras e exemplificar uma obra acusada de ser ilícita mas que na verdade não é, isto não é minha opinião, é claro, mas a de muitos padres, como vou exemplificar; já a maioria esmagadora dos acusadores de Tolkien são leigos. Em primeiro lugar é necessário expor as falas do próprio Tolkien acerca de sua obra, para uma melhor compreensão da visão que o próprio autor tinha da mesma, vejamos um trecho da carta 142 da obra "As Cartas de Tolkien"; esta carta foi escrita ao padre Robert Murray, amigo pessoal de Tolkien:

O Senhor dos Anéis é, de maneira óbvia, uma obra fundamentalmente religiosa e católica; inconscientemente no início, mas conscientemente na revisão. É por isso que não incluí, nem eliminei, praticamente todas as referências à qualquer coisa como “religião”, a cultos ou práticas, no mundo imaginário. Pois o elemento religioso é absorvido pela história e pelo simbolismo.

É claro que apenas uma declaração do autor não prova nada, mas é importante expor que Tolkien enxergava sua obra como sendo fundamentalmente católica, e que esse teor católico era de total consciência do mesmo na revisão de tudo que escreveu, como visto acima nas palavras do próprio. Apesar dessa declaração, em outra carta (carta 165), Tolkien descreve a Terceira Era de Senhor dos Anéis como sendo "não cristã", é claro, não há um Cristo, não há sacramentos, nem Igreja, portanto não poderia ser cristã, mas ao mesmo tempo ele descreve todo o Legendarium (todo universo fantástico criado por ele mesmo) como sendo:

Um mundo monoteísta de teologia natural. O estranho fato de que não há igrejas, templos ou rituais e cerimônias religiosas simplesmente é parte do clima histórico descrito.

Pois bem, antes de adentrar nas acusações e refutações, recomendo fortemente o curso ministrado pelo Pe. Luiz Cláudio Camargo, da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, onde trata sobre toda vida de Tolkien, sobre a obra de "O Senhor dos Anéis" e sobre as controvérsias envolvendo a mesma, aos interessados o link para obtenção do curso sobre Tolkien e outros temas ministrados pelo Pe. Camargo está aqui, toda a contribuição com a compra dos cursos será de grande ajuda ao trabalho da FSSPX. Finalmente, vamos às acusações:

. Gnose e Paganismo

Arte gnóstica

A acusação mais notória e escandalosa feita à Tolkien, sem sombra de dúvidas, é a de gnose e apologia ao paganismo, isto se dá por uma série de questões, mas a mais comum de se encontrar se dá pela razão de que Tolkien fez uso de personagens e criaturas da mitologia anglo-saxã e nórdica. Para traçar um paralelo com o objeto da questão, há o exemplo de São Bonifácio, que remonta a origem da árvore de Natal, sem sombra de dúvidas é um dos melhores exemplos de como mudar e alterar elementos e símbolos pagãos de maneira santa e católica; São Bonifácio foi missionário e bispo das regiões germânicas, convertendo muitos pagãos ao catolicismo, em uma ocasião no ano 723, São Bonifácio derrubou uma árvore, mais especialmente um carvalho, que servia como um altar para sacrifícios humanos e era conhecido como "Carvalho de Thor". Momentos antes do início do ritual de sacrifício, São Bonifácio se aproximou da multidão reunida, levantou seu báculo de bispo e disse:

Eis o Carvalho do Trovão e eis a Cruz de Cristo que romperá o martelo do Thor, o falso deus!
Pintura referente ao momento do discurso de São Bonifácio

Segundos as lendas, qualquer um que destruísse aquela árvore seria fulminado por um raio, vindo do próprio Thor, porém obviamente nada aconteceu ao santo, e em seguida ele apontou para um pequeno abeto, uma árvore parecida com um pinheiro, e disse:

Esta arvorezinha, este pequeno filho do bosque, será nesta noite a vossa árvore santa. Esta é a madeira da paz; é o sinal de uma vida sem fim, porque as suas folhas são sempre verdes. Olhai a sua ponta voltada ao céu. Esta será a árvore do Menino Jesus! Reuni-vos em torno dela, não mais no bosque selvagem, mas dentro dos vossos lares; ali haverá abrigo e não ações sangrentas; ali haverá presentes amorosos e gestos de bondade.

Veja, São Bonifácio destruiu um antigo símbolo pagão, e mudando seu significado, atribuiu à uma nova árvore, um sentido católico e santo. É interessante notar que muitos protestantes utilizam disto para acusar a árvore de natal de possuir um significado pagão, na verdade, fazem essas acusações com diversos aspectos de nossa fé, hora com mentiras históricas, ora com falsas interpretações. Quanto à Tolkien, parece ser um caso um tanto semelhante no que se diz respeito as acusações, dada as devidas proporções é claro; isto pela razão de que as raças advindas das mitologias anglo-saxã e nórdica, como globins, anões, elfos e etc, são esvaziadas de significado pagão e possuem um significado próprio para a obra, isso está evidenciado em todas as obras que envolvem a Terra Média. Além disso, não existem elementos comuns da gnose na obra do Senhor dos Anéis e Silmarillion, pelo contrário, não há nenhuma conotação de aspecto intrínseco e mal da matéria, não existe uma entidade deísta, ao contrário, há um Deus virtuoso e que é o único capaz de criar, Ilúvatar é o próprio bem e cria um universo ordenado e que possuí uma ordem natural evidente, propriamente também há uma clara demonização do conhecimento esotérico, na figura de Saruman, Sauron e Gollum, por último, não há qualquer aspecto de salvação do homem pelas suas próprias capacidades, isso é absolutamente visível nos últimos momentos antes da destruição do anel, especialmente na figura de Frodo na Montanha da Perdição e de Aragorn na Batalha dos Portões de Mordor, o que pode se perceber, é que todos aqueles que tentaram salvar-se através do conhecimento, especialmente do conhecimento esotérico, acabaram por falhar e condenar-se, e todos aqueles que exercendo a virtude da fé, da fortaleza, da humildade e confiando na providência divina, foram salvos.

Arte de The Lord of the Rings: Conquest™

É claro que existem muitas outras acusações (especialmente feitas pela Montfort no Brasil) no que tange ao gnosticismo, mas não é o foco refutar todas aqui, inclusive por razão do nível da argumentação dos expositores dessas acusações na organização citada serem extremamente baixos, futuramente um novo artigo sobre Tolkien (e sobre todo o Legendarium) será publicado, com todas essas acusações condensadas e com as devidas refutações feitas especialmente por padres, mas também por leigos às mesmas. (Algumas refutações já públicas estarão linkadas ao final do artigo, para os que se interessarem no tema)

Propriamente além do curso ministrado pelo Pe. Camargo, há uma publicação na página oficial da FSSPX que trata resumidamente da obra de Tolkien e da vida católica do mesmo, incluindo aspectos ligados à revolução conciliar e a "reforma" litúrgica e como Tolkien reagiu à essas novidades, aos interessados, está aqui:

Professor Tolkien Goes to Mass: What the Author and Scholar Saw that Others Dismissed
From the first, the English author and Oxford University professor J.R.R. Tolkien was unwilling to embrace the liturgical reforms implemented after the Second Vatican Council. His grandson Simon tells this story:

Artigo da Fraternidade Sacerdotal São Pio X

. A literatura fantástica e o escapismo da realidade

Arte retratando momentos da trama de "O Senhor dos Anéis"

Outra acusação recorrente é a de fuga da realidade pela leitura de obras fantásticas ou de ficção, essa acusação não se restringe à Tolkien, mas é também muito utilizada para atacar o Legendarium. Ora, essa é sem sombra de dúvidas uma das acusações mais escrupulosas e fáceis de desmentir, qualquer mídia de entretenimento, seja um gibi, um filme, uma música, um livro e etc, tem a capacidade de transmitir virtudes assim como tem a capacidade de produzir vícios.

É possível assistir à um um bom filme e absorver bons elementos e virtudes? Sim. Da mesma maneira, o contrário também é verdadeiro, e isso serve para todo e qualquer tipo de mídia e entretenimento, seja fictício ou não.

A sociedade do anel

Acreditar que toda obra fantasiosa é ilícita ou leva à uma especie de vício com o escape da realidade, configura um puritanismo muito característico dos protestantes escrupulosos. O entretenimento, seja a leitura de boas obras, de bons filmes, até mesmo de bons jogos é totalmente lícita, isso é claro, se não houver excesso nessas práticas que possa prejudicar as obrigações e deveres de estado.

Santo Tomás a respeito do lazer:

Assim como o homem precisa de repouso para refazer as forças do corpo, que não pode trabalhar sem parar, assim também é preciso que o cansaço mental se dissipe pelo repouso mental. O repouso da mente é o prazer, como acima se explanou ao se falar das paixões. Daí a necessidade de buscar remédio à fadiga da alma em algum prazer, afrouxando o esforço do labor mental. Essas palavras e ações nas quais não se busca senão o prazer da alma chamam-se divertimentos ou recreações. Lançar mão delas, de quando em quando, é uma necessidade para o descanso da alma. Por isso, é preciso praticá-los de vez em quando.
Suma Teológica, II-II, q. 168

. O Hobbit

Primeira publicação do livro "O Hobbit" de 1937

Para finalizar a questão envolvendo Tolkien, é interessante ressaltar que, O Hobbit foi lançado em 1937 e fez um sucesso estrondoso na Europa, o que obviamente não passou despercebido pela Igreja. O Index foi publicado pela última vez em 1948 e a obra de Tolkien não foi anexada ao Index, a Igreja propriamente nunca emitiu um alerta relacionado às obras de Tolkien, geralmente, quando obras possuíam um significado herético e ao mesmo tempo oculto e sublime, emitiam-se alertas acerca da obra em questão, já outras que possuíssem conteúdo de heresia latente e explícita eram ipso facto proibidas, como mencionado anteriormente no artigo, veja, nenhum desses casos pode ser aplicado às obras Tolkien.

Sobre "O Hobbit", as mesmas acusações são feitas, mas todas já foram brevemente respondidas acima, assim como mencionado, mesmo com a popularidade estrondosa da obra, nenhum alerta foi emitido, e a mesma não foi incluída ao Index de 1948.

Para finalizar, é necessário entender que toda a breve exposição de defesa realizada neste artigo em prol de Tolkien está respaldada especialmente na opinião de padres e sacerdotes, isso não significa que um leigo não possa desenvolver defesas ou ataques e versar sobre essas questões, mas é sempre necessário estar totalmente alinhado com a opinião dos sacerdotes, especialmente aqueles de vida íntegra e alinhados com a Tradição.

AS OBRAS PROIBIDAS IPSO FACTO

A mera necessidade de explicar a razão da interdição completa das obras de Evola, Mishima, Schuon, Guénon e etc já revela uma tremenda má formação daqueles que questionam essa necessidade, especialmente vinda de indivíduos que se auto intitulam como intelectuais. Bom, para começar é necessário esclarecer o seguinte versículo de I Tessalonicenses 5:21.

21. Examinai tudo: abraçai o que é bom;

Parece estranho imaginar que pretensos intelectuais católicos não compreendam a noção de hierarquia presente na Igreja. Antes de entrar neste ponto, vamos ler o versículo SEGUINTE ao 21, vejamos o que São Paulo diz:

22. Abstende-vos de toda a aparência do mal;

Com o versículo seguinte, todo o argumento de que não há problema em se expor a obras danosas e imorais cai por terra; mas vamos desenvolver um pouco mais a noção de hierarquia e o sentido ÓBVIO da razão pela qual todas essas obras, especialmente dos autores citados, devem ser eliminadas da vida de um católico atento à salvação de sua alma.

Pais da Igreja.

Para isso, é interessante exemplificar a questão da hierarquia com outro caso muito similar; muitos protestantes utilizam o versículo 39 do capítulo 5 do Evangelho de São João para afirmar que qualquer indivíduo possa ler e examinar as Sagradas Escrituras ao bel prazer e sem a necessidade de um magistério, o versículo diz:

39. Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e elas são as que dão testemunho de mim;

Mas então, é lícito à qualquer um lançar interpretações e fazer o próprio exame das Escrituras? É claro que não, esse papel é de competência dos sacerdotes, e em especial, o magistério. Da mesma maneira, quando São Paulo diz, "Examinai tudo, abraçai o que é bom", ele não quer dizer que qualquer leigo pode examinar absolutamente tudo que estiver à disposição e DECIDIR por conta própria o que lhe é lícito e bom e o que não é, é muita presunção assumir que enquanto leigo, possa se colocar nesse papel de autoridade.

É comum alguns jovens incautos pontuarem que, para saber se uma obra é danosa ou não, é necessário ler a mesma primeiro; ora, mas é claro que sim, mas a pergunta é, esse papel compete a você, pequeno leigo? Compete a mim? Obviamente não, repetindo, esse papel é das autoridades, de nossos superiores na hierarquia da Igreja, e todos, absolutamente TODOS os leigos, que necessariamente estão submissos a essa hierarquia, devem obedecer a essa conduta, aos sacerdotes está imbuída a tarefa de guiar os fiéis, portanto, estes sim tem autorização de ler obras de cunho duvidoso para então, se concretizada a desconfiança de heterodoxia, proibir e condenar a leitura das mesmas. Torcer textos e versículos isolados das Escrituras só demonstra a proximidade desses argumentos com o protestantismo, na verdade, tudo isso é protestantismo, a ideia de não se submeter a uma hierarquia e as autoridades eclesiais aliada a essa vontade estranha de mal interpretar passagens dos Evangelhos são notórias características protestantes.

Queima de escritos arianos no Concílio de Niceia, no ano 325 d.C

É necessário compreender que não há defesa de uma interdição parcial de obras heréticas, que contenham imoralidade sexual, blasfêmia e etc, a interdição de obras que possuem essas condições deve ser completa, não se pode adentrar à um poço de lama buscando gotas d'água, ali nada se encontrará. Isto não é a opinião de quem vós escreve, mas a opinião da Igreja durante 2 mil anos. Portanto, acusar aqueles que alertam sobre os problemas dessas obras de ofensas como: infantilidade, grosseria intelectual, mentalidade tacanha, esquizóide e etc, é o mesmo que ofender o santo magistério da Igreja destas mesmas coisas, a mesma Igreja que sempre defendeu a censura, a interdição e a DESTRUIÇÃO de obras danosas, isto é, a queima desses escritos/livros. Tratando agora dos autores mencionados, não nomearei os livros mais heréticos e blasfemos por razão de não promover sequer menção à eles, vamos aos autores:

Mishima

Mishima: Blasfemo, possuí relatos de masturbação à santos, exaltação do erotismo masculino, exaltação do suicido ritualizado (morreu exatamente dessa maneira), do paganismo e esoterismo japonês. O artigo sobre Mishima pode ser acessado aqui.

Condenações da Officiorum ac Munerum de Leão XIII que tornam as obras de Mishima proibidas ipso facto:

2. Os livros de apóstatas, hereges, cismáticos e todos os escritores que defendem heresia ou cisma, ou de qualquer forma atacando os fundamentos da religião, são totalmente proibidos.
3. Além disso, são proibidos os livros de não-católicos, ex professo tratando da religião, a menos que claramente não contenham nada contrário à fé católica.
9. Livros que tratam, narram ou ensinam abertamente assuntos lascivos ou obscenos são totalmente proibidos, pois deve-se ter cuidado não apenas com a Fé, mas também com a Moral, que é facilmente corrompida pela leitura de tais livros.
11. São condenados aqueles livros que são depreciativos para Deus Todo-Poderoso, ou para a Bem-Aventurada Virgem Maria, ou para os Santos, ou para a Igreja Católica e seu Culto, ou para os Sacramentos, ou para a Santa Sé. À mesma condenação estão sujeitas aquelas obras nas quais a idéia da inspiração da Sagrada Escritura é pervertida, ou sua extensão muito limitada. Além disso, são proibidos aqueles livros que insultam professamente a Hierarquia Eclesiástica, ou o Estado Clerical ou Religioso.
14. Além disso, são proibidos aqueles livros que defendem como legais, duelos, suicídio ou divórcio; que tratam da Maçonaria, ou outras sociedades do gênero, ensinando-as a serem úteis e não prejudiciais à Igreja e à Sociedade; e os que defendem os erros prescritos pela Sé Apostólica.
Julius Evola

Julius Evola: Todo tipo de gnose, esoterismo e perenialismo contumaz, defesa de um regime de castas com uma espécie de racismo espiritual e gnóstico, anti catolicismo e anti clericalismo latentes.

Condenações da Officiorum ac Munerum de Leão XIII que tornam as obras de Evola condenadas ipso facto:

2. Os livros de apóstatas, hereges, cismáticos e todos os escritores que defendem heresia ou cisma, ou de qualquer forma atacando os fundamentos da religião, são totalmente proibidos.
3. Além disso, são proibidos os livros de não-católicos, ex professo tratando da religião, a menos que claramente não contenham nada contrário à fé católica.
12. É proibido publicar, ler ou manter livros em que se ensinem ou recomendem feitiçaria, adivinhação, magia, evocação de espíritos e outras superstições desse tipo.
11. São condenados aqueles livros que são depreciativos para Deus Todo-Poderoso, ou para a Bem-Aventurada Virgem Maria, ou para os Santos, ou para a Igreja Católica e seu Culto, ou para os Sacramentos, ou para a Santa Sé. À mesma condenação estão sujeitas aquelas obras nas quais a idéia da inspiração da Sagrada Escritura é pervertida, ou sua extensão muito limitada. Além disso, são proibidos aqueles livros que insultam professamente a Hierarquia Eclesiástica, ou o Estado Clerical ou Religioso.
14. Além disso, são proibidos aqueles livros que defendem como legais, duelos, suicídio ou divórcio; que tratam da Maçonaria, ou outras sociedades do gênero, ensinando-as a serem úteis e não prejudiciais à Igreja e à Sociedade; e os que defendem os erros prescritos pela Sé Apostólica.

Quanto a Schuon e Guénon por exemplo, não é necessário repetir as condenações, afinal, padecem dos mesmos erros de Evola e alguns mais, portanto, estão condenados também ipso facto. Fica claro e latente que, muitas obras de cunho heterodoxo nos campos da religião, filosofia, moral e afins são terminantemente proibidas aos católicos.

CONCLUSÃO

São Pio X

Finalizo este artigo citando a Pascendi de São Pio X e uma passagem das Escrituras, na Epístola a Tito, escrita por São Paulo:

PASCENDI DOMINICI GREGIS
IV. No entanto não basta impedir a leitura ou a venda de livros maus; cumpre, outrossim, impedir-lhes a impressão. Usem pois, os Bispos a maior severidade em conceder licença para impressão. E visto como é grande o número de livros que, segundo a Constituição Officiorum, hão mister da autorização do Ordinário, é costume em certas dioceses designar, em número conveniente, Censores, por ofício, para o exame dos manuscritos. Louvamos com efusão de ânimo essa instituição de censura; e não só exortamos, mas mandamos que se estenda a todas as dioceses. Haja, portanto, em todas as Cúrias episcopais censores para a revisão dos escritos em via de publicação.

Epístola a Tito 1:7-11

7. Porque é preciso que o bispo seja sem crime, como dispenseiro (que é) de Deus; não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem violento, nem ávido de sórdidos lucros;
8. mas hospitaleiro, benigno, sóbrio, justo, santo, continente,
9. aderindo firmemente à palavra fiel que é segundo a doutrina; para que possa exortar segundo a sã doutrina, e refutar os que a contradizem.
10. Porque há ainda muitos desobedientes, vãos faladores e sedutores, principalmente entre os da circuncisão.
11. aos quais é necessário fechar a boca; a eles que transtornam casas inteiras, ensinando o que não convém, por amor de um vil interesse.

Rezemos pela intercessão de São Pio X, especialmente, pelo fim da atual crise.

Ó Deus, que destes a São Pio X a graça de governar vossa Igreja com sabedoria, amor e verdade, dai também a nós, por sua intercessão, a graça de sabermos governar nossas vidas, nossas famílias, nossos empreendimentos, para que o vosso nome seja sempre mais glorificado. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo, amém. São Pio X, rogai por nós.

Ó bem-aventurado Pontífice, servo fiel de teu Senhor, discípulo humilde e confiante do divino Mestre, na dor e na alegria, nos trabalhos e nas solicitudes, experimentado Pastor do rebanho de Cristo, volve o teu olhar sobre nós, que estamos prostrados diante dos teus despojos virginais. Difíceis são os tempos em que vivemos; duras as fadigas que eles exigem de nós.

A Esposa de Cristo, que já esteve confiada aos teus cuidados, encontra-se de novo em graves angústias. Os seus filhos estão ameaçados por inumeráveis perigos na alma e no corpo. O espírito do mundo, como leão rugindo, caminha ao derredor, procurando a quem possa devorar. Não poucos lhe caem como vítimas. Têm olhos e não vêm; têm ouvido e não ouvem. Fecham os olhos à luz da verdade eterna; escutam as vozes de sereias a insinuar mensagens enganosas.

Tu, que foste aqui na Terra grande suscitador e guia do povo de Deus, sê auxilio e intercessor nosso e de todos os que se confessam seguidores de Cristo. Tu, que tiveste o coração despedaçado quando viste o mundo precipitar-se em luta sanguinolenta, socorre a humanidade, socorre a cristandade, exposta presentemente a perigos semelhantes; obtém da misericórdia divina o dom de uma paz duradoura, e como acréscimo a ela o retorno dos espíritos àquele sentido de verdadeira fraternidade, que somente pode reconduzir para junto dos homens e das nações a justiça e a concórdia desejadas por Deus. Assim seja! Amém

Fontes:

CATHOLIC ENCYCLOPEDIA: Censorship of Books
Either ecclesiastical or civil, according as it is practiced by the spiritual or secular authority, and it may be exercised in two ways, viz.: before the printing or publishing of a work, by examining it (censura praevia); and after the printing or publishing, by repressing or prohibiting it (censura repressiva)
Index Librorum Prohibitorum - Wikipedia
Officiorum ac Munerum - The Art and Popular Culture Encyclopedia
Censorship of the Church of Rome and Its Influence Upon the Production and Distribution of Literature - The Art and Popular Culture Encyclopedia

Refutação às acusações de Tolkien:

Curso Pe. Camargo FSSPX - https://hotmart.com/pt-br/club/curso4afeira

Vídeo do canal Tolkienista - https://www.youtube.com/watch?v=Q2KNu4XtccY

Breve artigo da FSSPX endossando a boa conduta de Tolkien - https://sspx.org/en/news-events/news/professor-tolkien-goes-mass-what-author-and-scholar-saw-others-dismissed


Encíclica Pascendi Dominici Gregis São Pio X - https://www.vatican.va/content/pius-x/pt/encyclicals/documents/hf_p-x_enc_19070908_pascendi-dominici-gregis.html

Notificação do Cardeal Alfredo Ottaviani a respeito da continuidade da força moral do Index - https://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_19660614_de-indicis-libr-prohib_en.html

Acerca de episódios da vida de São Bonifácio -

St. Boniface and the Christmas Tree
Today we celebrate the feast of St. Boniface (680–75…
Saint Boniface - Wikipedia
Donar’s Oak - Wikipedia