Carlos Martel e o destino da Europa Católica

Carlos Martel decidiu o destino de toda Europa continental em apenas uma batalha, seu feito é eterno, e o Ocidente sempre deverá se lembrar de homens como ele.

Carlos Martel e o destino da Europa Católica
𝑃𝑖𝑛𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝐵𝑎𝑡𝑎𝑙ℎ𝑎 𝑑𝑒 𝑃𝑜𝑖𝑡𝑖𝑒𝑟𝑠, 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑛𝑡𝑜𝑟 𝐶ℎ𝑎𝑟𝑙𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑆𝑡𝑒𝑢𝑏𝑒𝑛.

Antes de falar de Carlos Martel e a Batalha de Poitiers, devemos entender a situação desesperadora da Península Ibérica e da Europa como um todo durante a expansão islâmica, principalmente a expansão do Califado de Umayyad(Omíada). Qual seria o destino dos cristãos e da Europa Católica? Qual é a ligação e a importância deste evento para o futuro descobrimento do Brasil? E por que esse destino foi selado por Martel na Batalha de Poitiers? A determinação de Martel não somente salvou o Reino Franco de um colapso frente a uma massiva invasão sarracena e moura, mas toda a Europa, e os futuros Estados Católicos que surgiriam. Ele sabia disso, antes mesmo do choque das suas forças contra as de Abdul Al-Rahman.


Expansão Islâmica na Península Ibérica


No ano 632 d.C o "profeta" Maomé faleceu, com a sua morte disputas internas a cerca de quem seria o sucessor começaram, novos Califados foram estabelecidos e a jihad foi amplamente encorajada e aplicada. Os detalhes, as disputas de dinastia, os novos Califados, as conquistas muçulmanas renderiam um outro artigo extenso, portanto o foco será no Califado que interessa a esse artigo: O Califado de Umayyad ou Omíada.

Um compêndio geral das conquistas dos Califados e Emirados muçulmanos durante seu auge de expansão( Século VII ao IX)


No começo do século VIII com a consolidação do domínio muçulmano e das conquistas do Califado Umayyad no Norte da África e na Ásia Menor, ficava claro que o próximo passo para as incursões militares muçulmanas era a Europa, mesmo assim outras regiões ainda seriam alvo das forças do Islã, como porções da atual Índia e da China.  Ao leste a estrutura militar concisa Bizantina impediu os avanços por hora, infelizmente esse cenário não se manteria por muito tempo. Mas naquele momento isso permitiu que o único alvo possível fosse a Península Ibérica, já que está era a única entrada possível para uma invasão por razões logísticas, apenas deveriam atravessar o estreito de Gibraltar e então estariam na Europa. No ano 711 d.C , Tariq ibn Ziyad, um berbere marroquino convertido ao Islã e sob o comando de Musa ibn Nusayr, governador de Maghreb, atravessou Gibraltar com uma força estimada em 7.000 homens. Não existe muita informação sobre a composição das unidades do contingente de Tariq, apenas que eram homens advindos das regiões berberes. Levando em consideração a composição geral das unidades empregadas pelos muçulmanos mouros naquele século e conflito, é de se imaginar que grande parte dessa força empregasse cavalarias leves, de fato eram homens a cavalo, mas não há informações precisas sobre o quão bem equipados estavam, apesar de possuírem cavaleiros bem armadurados.

Pintura de Tariq ibn Ziyad, feita pelo pintor alemão Tehodor Hosemann.


O Reino Visigodo

Um nobre guerreiro Godo ao lado de um infante regular. Representações do século IV

A Alta Idade Média é um período de poucas fontes primárias e com muitos choques de informação entre crônicas e escritos que sobreviveram desse tempo, por isso passarei pelos pontos da história Visigoda que brevemente precedem o evento principal deste artigo: A Batalha de Poitiers (também conhecida como Batalha de Tours). E é claro seguindo a linha histórica mais bem fundamentada e difundida sobre o assunto, evitando alguns pontos de menor relevância ou sem ampla base histórica. Visigodos e Ostrogodos são em aspectos gerais uma mesma tribo germânica e bárbara, os Godos, dividindo-se pela região de estabelecimento dos respectivos reinos. Visigodos(Godos do Oeste) são a porção goda que se estabeleceu no oeste, majoritariamente na Península Ibérica e foi justamente o reino Visigodo o primeiro reino a se chocar com a força militar dos mouros. A situação política dos visigodos estava um caos, e com a morte do rei Vitiza (Witizza) no ano 710 d.C um conflito civil se iniciou. Muitos nobres godos se recusaram a reconhecer a linhagem de Vitiza como legítima, e então reconheceram e coroaram outro nobre, Rodrigo ou Roderik. No entanto Ágila II, o filho herdeiro de Vitiza iniciou um conflito reunindo os nobres que o apoiavam, e a região de Basco localizada no extremo Norte da Península iniciou uma rebelião em apoio a Ágila. Roderik então reuniu um exército e marchou ao Norte, ao mesmo tempo seus rivais secretamente convidaram Musa ibn Nusair para invadir a Península. Existem especulações sobre a influência judaica nesse convite, o fato é que posteriormente os judeus apoiaram amplamente as campanhas de Tariq e Musa e o estabelecimento dos Emirados de Córdova e Al Andalus.
Então, em 30 de Abril de 711 d.C, Tariq desembarca em Gibraltar, pequenos conflitos aconteceram enquanto a força moura avançava pela Península, em 31 de julho do mesmo ano, as forças de Tariq e Roderik se chocam na Batalha de Guadalete, existe muito discordância em relação ao número de combatentes de cada lado, fontes primárias de época afirmam que Tariq solicitou reforços de Musa, por volta de 5.000 homens, totalizando por volta de 12.000 em Guadalete, fontes modernas e recentes estimam que a força de Tariq era de 7.500 homens no total incluindo os reforços de Musa. As forças de Roderik não excediam muito em números segundo fontes primárias, mas não há muita exatidão quanto a isso, algumas fontes afirmam que as forças de Roderik estimavam os 33.000 homens, mas se considera um número exagerado. As forças mouras engajavam em pequenas escaramuças de cavalaria dispersas (no meio militar é comum se chamar "hit and run" ou "bater e correr"), enquanto as forças visigodas moviam-se como um só corpo, um braço da cavalaria de Roderik secretamente planejou uma deserção e se rebelaram contra ele, abrindo uma ala na linha visigoda que foi rapidamente aproveitada pela cavalaria moura, com boa proteção corporal, cota de malha e elmos árabes a cavalaria facilmente penetrou a linha, atacando a infantaria central do corpo visigodo, seguidos pela infantaria moura, o número de baixas aumentou rapidamente, com isso as forças visigodas desertaram em massa, nos últimos momentos da batalha, o então rei Roderik foi morto junto com os nobres que o acompanhavam no combate. No final as baixas visigodas foram extremamente altas, incluindo as alas que se rebelaram contra o rei e esperavam conseguir fugir, mas não foi esse o caso, em grande parte foram mortos juntamente com o resto das tropas leais a Roderik, já os mouros sofreram por volta de 1/4 de baixas.

Pintura da Batalha de Guadalete

Após a vitória moura, as forças de Tariq ocuparam a capital do reino Visigodo, que era até então a cidade de Toledo, não houve resistência, como dito anteriormente, grande parte dos judeus ibéricos apoiaram largamente a ocupação muçulmana. No ano 712 d.C Musa se juntou a Tariq, trazendo uma força de 18.000 homens, e nos anos seguintes consolidaram o domínio muçulmano da Península Ibérica, começam a fazer pequenas escaramuças na região dos Pirineus, uma cordilheira no extremo norte da Península Ibérica que separa a mesma do restante da Europa continental e principalmente da atual França, na época, dos Francos. Com todos esses eventos, chega ao fim o Reino Visigodo.

Carlos Martel e a Batalha de Poitiers

𝑃𝑖𝑛𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝐵𝑎𝑡𝑎𝑙ℎ𝑎 𝑑𝑒 𝑃𝑜𝑖𝑡𝑖𝑒𝑟𝑠

Nos 7 seguintes anos da derrota em Guadalete as forças mouras conquistaram um domínio majoritário da Península, e estabeleceram o Emirado de Al-Andalus, restando apenas o Reino das Astúrias como reino católico cristão (logo mais um artigo somente sobre os Asturianos e sua luta será feito) . Carlos Martel, cujo sobrenome Martel era um apelido dado, que significava Martelo no francês arcaico, era um proeminente nobre Franco, seus cargos eram: Duque e Príncipe dos Francos, Prefeito do Palácio da Austrásia e Prefeito do Pálacio da Nêustria. Martel era o governante de fato do Reino Franco, tinha ampla experiência militar, já havia combatido os saxões e outros povos da Europa continental, não somente ele possuía essa experiência e disciplina militar, mas os homens sob seu comando também. Sua história renderia outro longo artigo, portanto, concentrarei na Batalha de Poitiers e nos seus antecedentes.
Como disse anteriormente, escaramuças eram realizadas na cordilheira dos Pirineus, mas logo um grupo de muçulmanos atravessou a cordilheira e conquistou a Septimania, uma região no sul da atual França no ano 719 d.C

Mapa genérico da região sul do Reino Franco, Al- Andalus é o nome dado a Península Ibérica pelos muçulmanos, mas formalmente seu nome era Emirado de Córdova.

No ano 721 d.C o duque da Aquitânia, Odo ou Eudes em francês, interrompeu essa investida muçulmana em uma emboscada próxima a cidade de Toulouse, que recentemente já havia sido saqueada e sitiada pelos invasores sarracenos e mouros, mas não totalmente ocupada. No entanto a vitória em Toulouse não foi uma derrota definitiva para os muçulmanos, avançando pelo oeste das cordilheiras de Pirineus, outras forças sarracenas avançavam sobre a Aquitânia e arrasavam os assentamentos do sul da Gália, vale lembrar que os mosteiros eram alvos frequentes. Essa incursão chegou a alcançar a Borgonha, mas somente saquearam esses assentamentos não os ocupando totalmente, essa situação mudaria em 732 d.C com a mobilização de um novo exército pelo vigente governador e Emir Abdul Ar-Rahman, desta vez uma força com uma composição clara, homens a cavalo eram majoritariamente o cerne da força militar de Abdul. Para aqueles mais familiarizados com assuntos militares e doutrina, particularmente a medieval, sabem que um cavaleiro bem equipado supera a capacidade de um infante com larga vantagem, tanto pela mobilidade quanto pelo potencial ofensivo. O primeiro alvo de Abdul foi então a cidade de Bordeaux ou Bordéus, que foi totalmente saqueada, novamente Odo mobilizou suas forças para atacar as forças de Abdul, mas devido as composições do exército muçulmano e a melhor disciplina e preparação dos sarracenos, Odo foi derrotado na batalha do Rio Garrone, mas não caiu em combate, e alguns homens de suas forças conseguiram fugir do campo de batalha, temendo a ameaça sarracena, e sabendo que esse poderia ser o fim da Europa Católica, reuniu os sobreviventes e marchou para o norte, com o objetivo de receber apoio de outros nobres francos.

À esquerda, um infante, ao centro um cavaleiro armadurado, e à direita um arqueiro leve, todos francos.

Com a tomada da Septimania, a logística de suprimentos para as unidades sarracenas foi muito facilitada devido o acesso ao mar, e com os avanços constantes de Abdul o sentimento entre seus homens e nele mesmo era de confiança total na vitória, subestimando inclusive as capacidades francas, é um fato que Abdul não tinha conhecimento sobre a composição das forças de Martel ao norte, e isso obviamente contribuiu para a falta de cautela necessária a uma incursão deste porte. Martel recebeu as notícias de Odo, e os dois acordaram em se unir, apesar das divergências políticas, em uma frente católica para impedir a destruição não só do Reino Franco, mas possivelmente de toda a Europa Cristã e Católica que os sucederia. Durantes os meses seguintes, Abdul promoveu dispersões na sua força principal, saqueando cidades e vilarejos vizinhos a Bordeaux, isso permitiu que Martel mobilizasse com eficiência o máximo de homens possíveis antes de um avanço massivo de Abdul. E então Martel e Odo se movem para Tours, esperando que Abdul fosse pego de surpresa no caminho entre Poitiers e Tours, Martel sabe que o elemento surpresa seria decisivo no campo de batalha, além da escolha do terreno e das preparações anteriores ao combate, seu cuidado com as preparações prévias a batalha são essenciais. Abdul cometeu alguns erros que custariam um preço muito alto, como dito anteriormente, Martel sabia que o elemento surpresa seria essencial para a batalha, causaria instabilidade nas linhas sarracenas e obviamente se deparariam com uma força que não planejavam enfrentar, e Abdul correspondeu ao desejo dele, não considerou que um rival político viria em auxilio de Odo, além disso, não realizou um bom reconhecimento com batedores justamente por ter subestimado a capacidade de convencimento de Odo e a inteligência e visão de Martel acerca do destino dos reinos Europeus, não tinha informações prévias das formações dos francos, e sofreu algumas baixas em pequenas escaramuças e saques anteriores a batalha.

Um guerreiro franco profissional, do século VI, as infantarias pesadas de Martel se assemelham em equipamentos, Eram bem disciplinados e com uma moral elevada devido as anteriores campanhas de Martel, confiavam nas decisões de seu comandante.

Com suas formações sendo compostas de infantaria pesada, cavalaria leve e auxiliares, Martel decide por uma grande formação de falange, onde a infantaria pesada forma uma grande massa de corpo, divididas por linhas e com capacidade de deslocarem facilmente homens de linhas secundarias à linha de frente, aquelas que sofreriam os choques das cargas de cavalaria. E escolhe então o terreno, numa floresta de posição elevada entre dois rios, Vienne e Clain, as árvores e o terreno acentuado causariam uma diminuição considerável no choque da cavalaria sarracena, os rios impediriam grandes deslocamentos para os flancos, e a floresta diminuiria a visibilidade dos números de guerreiros naquela posição, tudo estava pronto para o encontro. Abdul se movimenta com uma grande quantidade de riquezas espoliadas dos mosteiros e igrejas da Gália, e seu alvo é Tours, como já dito antes, Martel e Odo sabiam disso. Abdul escolhe Tours pelo conhecimento que tem acerca das riquezas das cidade, especialmente daquelas dos mosteiros e das igrejas da cidade, uma informação bem difundida na região. Então finalmente no dia 10 de outubro do ano 732 depois de Cristo, enquanto se movia para Tours, Abdul encontra as forças francas no caminho de Poitiers a Tours, aguardando a sua chegada, percebe rapidamente que Martel era um líder experiente e habilidoso, havia o superado na escolha do terreno. Sabendo da suposta vantagem de sua cavalaria, mesclados entre alguns quase totalmente blindados ou possuindo cota de malha e outros nem tanto, categorizados como cavalarias leves, organiza em pequenos grupos aquelas cavalarias que por 7 dias realizariam pequenos avanços, como aqueles feitas na batalha de Guadalete, porém a diferença de moral, habilidade, disciplina, equipamentos e a vantagem de terreno das forças francas mudou totalmente o cenário em relação a Guadalete e os visigodos, Abdul não tinha mobilizado toda a sua força naquela batalha, já que não esperava que Martel viesse até o seu encontro, há relatos de que Abdul sequer reconheceu Martel naquele dia. Fontes cristãs dizem que os muçulmanos superavam os francos numa proporção de 2 para 1, não há exatidão nessa informação, alguns números mais recentes apontam que os francos possuíam em torno de 15.000 homens e os sarracenos por volta de 25.0000, o fato é que os sarracenos superavam os números francos, e além disso, eram compostos por cavalaria, uma vantagem avassaladora sobre Martel, é claro, desconsiderando toda a preparação anterior feita por Martel.
No dia 17 de outubro, numa tentativa de finalizar a batalha antes da chegada do inverno por não possuir roupas adequadas e nem suprimentos o suficiente, Abdul reúne suas unidades e inicia um ataque frontal as tropas francas, acreditando na cavalaria, ele assiste onda após onda ser repelida pela bem estruturada e massiva falange franca, segundo a chamada "Crônica de 754":


"Depois de sequenciais ataques durante 7 dias, finalmente as linhas de batalha foram formadas e lutaram ferozmente. Os homens do norte permaneceram imóveis como um muro, juntos, como uma grande parede de gelo das regiões geladas. Num piscar de olhos os árabes foram mortos pelo brandir das espadas"


Por alguns momentos os sarracenos foram capazes de romper as linhas francas, mas como antes dito, uma falange bem estruturada pode mover homens de linhas secundárias com facilidade, e foi isso que aconteceu, rapidamente as infantarias pesadamente blindadas das linhas traseiras reforçavam as linhas rompidas e empurravam novamente os sarracenos. Odo nesse momento possuía sob seu comando algumas unidades de cavalaria, passando por trás das linhas muçulmanas ele atinge o acampamento sarraceno, libertando prisioneiros, impedindo reforços de chegarem ao centro da batalha e recuperando espólios. Alguns braços de cavalaria sarracena já desertavam do campo, causando uma desordem generalizada, Martel então comanda um avanço contra os remanescentes desorganizados e então Abdul que ainda não havia recuado, foi morto, e a batalha foi orgulhosamente vencida pelos francos, que ainda temiam que aquele não era o contingente total dos sarracenos mas nos dias seguintes não houve mais tentativa muçulmana de avançar. Martel provou um ponto que até aquele momento era difícil de defender, que a infantaria poderia vencer a cavalaria em alguns cenários. Com essa batalha ele foi apelidado então finalmente de "Martel" ou Martelo, e seu prestígio correu por toda a Europa, ficando conhecido como aquele que salvou a Cristandade Ocidental de ser destruída por uma força muçulmana avassaladora.

Pintura francesa sobre a Batalha de Poitiers.




O Brasil, terra de Santa Cruz


Poitiers é tida como uma das batalhas mais importantes da história da Europa, e é claro, foi por causa dela, que futuramente a Península Ibérica seria reconquistada pelos exércitos cristãos, e por conta disso, mesmo muito distante historicamente, foi ela a batalha que selou o destino não só da Europa e da cristandade Europeia, mas do Brasil como o conhecemos, Portugal e Espanha só irão surgir pela bravura de Martel, pela sua inteligência no campo de batalha e pela hombridade necessária para possuir essas características, pela sua capacidade de deixar motivações políticas e efêmeras naquele momento para lutar por um objetivo maior, a proteção do catolicismo, da cristandade, e de todo o arcabouço basilar da Europa que um dia foi Católica, e por consequência, o Brasil orgulhosamente é conhecido também como Terra de Santa Cruz, fomos moldados por europeus lusitanos que carregavam a cruz de Malta, católicos fervorosos. Que nunca nós esqueçamos da necessidade da luta, da capacitação intelectual e física, afinal, por causa delas a nossa vitória foi possível no passado, não só eram características de Martel, mas de cada franco que combateu naqueles dias, que não retrocedeu no inferno do combate e que confiou inteiramente na providência divina e na capacidade de seu líder. Esse deve ser o horizonte de um patrianovista.


Convido a você que chegou até aqui, depois deste longo artigo, a rezar a Oração de São Miguel Arcanjo, general das forças celestiais:


“Glorioso príncipe do céu, protetor das almas, eu vos clamo e invoco para que me livres de toda adversidade e de todo o pecado, fazendo-me progredir no serviço de Deus, e conseguindo-me Dele a graça de perseverar até o final, para que possa gozar Sua presença eternamente. São Miguel Arcanjo, protegei-nos no combate. Cubra-nos com vosso escudo e nos livre dos embustes e ciladas do Maligno”. Ó meu Deus, subjugue o Mal para sempre. E vós, São Miguel Arcanjo, príncipe da milícia celeste,  precipitai no inferno a Satanás e a todos os espíritos malignos que andam pelo mundo a perder almas. Amém”.



Fontes:  Charles Martel & the Battle of Tours: the Defeat of the Arab Invasion of Western Europe by the Franks, 732 A.D - Edward Creasy, G L Strauss, Charles King
The Battle of Poitiers: Charles Martel and Abd Al-Rahman - Jurji Zaydan
Charles Martel : The Military Leader and Frankish Defender- History and Civilization Collection
The Path of the Martyrs: Charles Martel, the Battle of Tours and the Birth of Europe- Ed West https://www.worldhistory.org/article/1809/the-legacy-of-charles-martel--the-battle-of-tours/
https://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_Tours
https://www.britannica.com/event/Battle-of-Tours-732
https://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_Guadalete
https://www.roman-catholic-saints.com/martel.html
https://www.britannica.com/biography/Tariq-ibn-Ziyad https://www.britannica.com/biography/Musa-ibn-Nusayr