Os problemas da Renovação Carismática "Católica" e da Teologia da Libertação

Os problemas da Renovação Carismática "Católica" e da Teologia da Libertação
Renovação Carismática e Teologia da Libertação (logo não oficial), respectivamente.

As raízes da RCC e da TL no Brasil

Desde as infelizes novidades trazidas pelo Concílio Vaticano II, muitos grupos heréticos se proliferaram numa velocidade absurda dentro da Igreja Católica, na realidade brasileira podemos destacar dois principais: a Renovação Carismática "Católica" (que de católica não tem absolutamente nada, e diremos o porquê disso) e a Teologia da Libertação, de origem plenamente marxista, uma afronta aos valores sociais tão bem postos pela Igreja por vários papas, mais destacando o Papa Leão XIII em sua grande encíclica Rerum Novarum. Tratando de raízes, não falaremos precisamente aqui nesse momento suas origens, e sim o quão bem fincadas estão esses dois movimentos na realidade brasileira, a RCC encontra-se presente no exato momento que eu comecei a escrever esse artigo em exatos 14.112 grupos de oração espalhados por todos os 26 estados e o Distrito Federal, como a própria "doutrina" da RCC com seu dito batismo "pelo espírito santo" permite uma proliferação tão rápida como um vírus, provavelmente esse número estará maior quando o leitor estiver realizando sua leitura. Já a Teologia da Libertação, corrente essa que muitos (inclusive eu) acreditam estar em acentuado declínio, se apresentam duma forma que eu diria até mais sutil que a RCC, com padres e bispos aderindo aos seus movimentos e fazendo pregações incorporando seus ideais duma falsa solidariedade imbuída dum ranço totalmente anticatólico, para dar nomes aos bois, podemos nomear o padre e teólogo peruano Gustavo Gutiérrez Merino como o principal percursos de tal ideologia, mas trazendo para uma realidade mais brasileira, destaca-se o "teólogo" Leonardo Boff, um ex-frade totalmente indisciplinado, que não cumpriu o celibato como deveria cumprir e depois foi excomungado justamente por suas defesas de ideais socialistas, hoje se alia aos mesmos partidos e grupos políticos que querem destruir a Santa Igreja no Brasil. Destaca-se também o padre Júlio Lancellotti, atual pároco da Paróquia São Miguel Arcanjo na Mooca, em São Paulo, outro que anda com os mesmos inimigos da Igreja apesar de ser um sacerdote da mesma. Concluindo, clarifica-se que a divisão atual entre RCC e TL é bastante semelhante ao estúpido conflito entre direita e esquerda trazido da Revolução Francesa, de fato, o Brasil está mergulhado numa dicotomia onde um lado é errado e o outro é falso.

As origens da RCC

Encontro de oração da Renovação Carismática, cenas como essas se tornaram bastante comuns nas paróquias do Brasil.

É de fato trágico, se não cômico ver a Renovação Carismática falar sobre suas origens em seus veículos oficiais de comunicação, conta-se uma versão bem romantizada sobre o tal "batismo no Espírito Santo" (uma blasfêmia enorme), um avivamento da fé e o retorno dos jovens para as igrejas, contudo, e a verdadeira origem? Por que a omitem? A RCC nasceu num seio protestante, católicos na Filadélfia na década de 60 participando de reuniões de oração com protestantes com um forte apelo pentecostal (não necessariamente eram de correntes pentecostais, alguns eram da linhagem presbiteriana por exemplo, mas tinham fortes características do pentecostalismo protestante). Católicos indo para encontros de oração protestantes é uma violação clara ao Concílio de Laodicéia, que estabeleceu que não se deve rezar com hereges ou cismáticos (Cânon 33). Portanto, fica claro, a origem da RCC já é algo condenável, repudiável por si só, independente do quanto o movimento lote paróquias, ora, se for assim, vamos aderir a lógica maquiavélica de que os fins justificam os meios? Vamos trair Santo Atanásio que disse que mesmo se os católicos forem reduzidos a um punhado, serão eles a verdadeira Igreja de Cristo? A popularidade e a quantidade de visualizações no story do grupozinho de oração se tornou mais relevante do que a verdadeira doutrina?

Os erros doutrinários da RCC

Espírito Santo, terceira pessoa da Santíssima Trindade e interpretado erroneamente pela RCC.

Decidi fazer o parágrafo anterior num tamanho menor pois o atual de fato tomaria muito tempo e seria consideravelmente mais longo, pois falar dos erros da RCC por mais engraçado que pareça, não é algo fácil, é realmente um assunto longo, pois são tantos que parece que estamos falando duma seita que seria facilmente condenada pelo Santo Ofício na Idade Média (e de fato seria), enfim, vamos enumerá-los:

1 - O chamado batismo no Espírito Santo

Primeiramente, iniciamos dizendo sobre a principal ferramenta que difunda o movimento carismático, portanto, o responsável por ele estar presente em mais de 10.000 grupos pelo Brasil inteiro espalhado em várias paróquias. Essa concepção é falsa pois contraria primeiramente as escrituras sagradas, como bem dito no versículo 5, capítulo 4 do livro de Efésios: "Um só Senhor, uma só fé, um só batismo", além do mais, de maneira velada, parece trazer uma concepção de falibilidade para o Espírito Santo, pois se Nosso Senhor Jesus Cristo bem estabeleceu um único batismo anteriormente, e teve total "apoio" do Espírito Santo (Porque óbvio, nenhuma pessoa da Santíssima Trindade poderia entrar em conflito com Outra), evento esse narrado nos três evangelhos sinóticos, onde Jesus é batizado por São João Batista e em seguida o Espírito Santo desce ao lugar. Portanto, analisando as escrituras e a doutrina, consta-se que sim, de fato existe um batismo no Espírito Santo, contudo, esse batismo já é antiguíssimo, muito anterior à RCC, ora, é o próprio batismo por infusão que a Santa Igreja prega, negar esses fatos é negar a própria doutrina da Igreja sobre o único batismo, é impossível para um católico confessar dois batismos simultaneamente.

2 - Dom de línguas

Chamada por alguns de "glossolalia", a discussão a respeito do chamado dom de línguas já é mais antiga do que se pensa, Cirilo de Alexandria a definiu como o dom de falar idiomas que eram estranhos anteriormente a quem recebeu a graça, sendo então, uma linguagem totalmente compreensível para algum estrangeiro caso a ouça: “O galileu Pedro ou André falavam persa ou medo. João e o resto dos apóstolos falavam todas as línguas para aquela porção de gentios (…) Mas o Santo Espírito os ensinou muitas línguas naquela ocasião, línguas que em toda a vida deles nunca conheceram” (Sermões Catequéticos (sermão XVII: 16). Exemplificando mais ainda, caso um alemão encontrasse um apóstolo, vindo da região da Galiléia, provavelmente se entenderiam perfeitamente, mesmo sem ter contato nenhum com a língua alemã, o apóstolo por meio da graça que recebeu do Espírito Santo, conseguiria explicar sobre o evangelho e converter esse alemão. Essa ideia da glossolalia é bastante tradicional, sendo defendida também por outros antigos teólogos da Igreja como Santo Irineu, Santo Agostinho até mesmo São Tomás de Aquino. Portanto, vemos aqui mais um erro, o dom de falar em línguas da RCC é uma interpretação totalmente errônea da verdadeira tradição da Igreja.

3 - Atribui erros ao Espírito Santo

Considero esse aqui o ponto mais forte e pior, pois é basicamente uma blasfêmia, voltando ao ponto anterior, as verdadeiras origens da Renovação Carismática são as reuniões entre católicos e assembleianos, já posto anteriormente como também como um erro absurdo condenado pelo Concílio de Laodicéia, contudo, se torna pior quando analisemos a fundo, ora, se tais católicos receberam esse chamado "batismo do Espírito Santo" a partir de mãos protestantes, então estaria o Espírito Santo presente em outras seitas e fomentando inimizade entre a Santa Igreja? É óbvio que a resposta disso é um sonoro não! Nenhuma pessoa da Santíssima Trindade pode entrar em conflito com Outra e nem contra Si Mesma! Nosso Senhor Jesus Cristo junto ao seu Pai e ao Espírito Santo estabeleceu apenas uma única Igreja, infalível, e sobre essa infalibilidade entramos em outro ponto, como pode existir um Novo Pentecostes? O que há de errado como verdadeiro Pentecostes? Onde o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos e Nossa Senhora? Foi a partir daí que a verdadeira Igreja se espalhou pelo mundo inteiro até se consolidar no mesmo, essa desculpa de que a Igreja precisava dum novo avivamento, como posto de maneira herética por Elena Guerra, falando que a Igreja precisava "redescobrir" a ação do Espírito Santo (ora, a Santa Igreja estabelecida por Deus propriamente pode esquecer como se opera o Espírito Santo?) foi apenas uma historinha feita para preparar o terreno para infiltrações na Santa Igreja Católica.

Poderia eu me estender em outros pontos, como essa ideia de controle absurda que a RCC tem sobre o Espírito Santo, como quando diz que terá "infusão" do Espírito Santo no horário x no local y, sendo que obviamente o Espírito Santo não pode ser controlado pelos homens, já que é Deus, porém, não irei me alongar em mais erros, acredito que os expostos acima já são suficientes para provar que a doutrina da RCC  de católica não tem nada.

Os problemas da Teologia da Libertação

Padre Júlio Lancelotti, expoente da Teologia da Libertação, indica livro pró-LGBT.

Por pessoalmente considerar a Teologia da Libertação um problema menor do que a Renovação Carismática devido a fatores propriamente teológicos e também práticos, como o seu atual declínio, passarei de forma mais breve por ela. A Teologia da Libertação é uma corrente de pensamento focada em aparentemente defender o catolicismo para o mais pobre que começou a surgir depois do Concílio Vaticano II, essa linha de pensamento erra por vários fatores, alguns deles são:

1 - O evangelho dos pobres é o mesmo dos ricos

Cristo veio pregar o evangelho para qualquer homem nessa terra, não fazendo distinção alguma entre sua condição financeira, sexo, cor e etnia, o que exclui completamente essa diferenciação ridícula que a TL tenta fazer para atrair determinada pessoas. Quando os jesuítas trouxeram o catolicismo para o Brasil em momento algum pensaram em como deveriam adaptar o próprio evangelho para os indígenas, ou melhor, em como deveriam deixá-lo mais "confortável", isso não existe, a verdade é a verdade independente do seu ouvinte!

2 - O materialismo condenado pela Igreja

Ao reforçar essa questão de pregar o evangelho preferencialmente para os mais oprimidos de forma única, inevitavelmente os "pensadores" da Teologia da Libertação caem na luta de classes do comunismo, ora, durante toda a sua história, a Igreja não fez distinção nenhuma e muito menos incentivou o conflito entre classes, tivemos santos pobres como Santa Maria Goretti e santos da realeza como foi o caso de São Luís IX, e também tivemos santos que despojaram suas riquezas, como foi São Francisco de Assis, imaginem se tivéssemos ignorado pregar o evangelho para São Francisco apenas porque ele era um jovem já rico? Inclusive, essa questão do materialismo foi muito bem condenada na Encíclica Divinis Redemptoris do Papa Pio XI:

"9. Ora, a doutrina que os comunistas em nossos dias espalham, proposta muitas vezes sob aparências capciosas e sedutoras, funda-se de fato nos princípios do materialismo chamado dialético e histórico, ensinado por Karl Marx, de que os teóricos do bolchevismo se gloriam de possuir a única interpretação genuína. Essa doutrina proclama que não há mais que uma só realidade universal, a matéria, formada por forças cegas e ocultas, que, através da sua evolução natural, se vai transformando em planta, em animal, em homem. Do mesmo modo, a sociedade humana, dizem, não é outra coisa mais do que uma aparência ou forma da matéria, que vai evolucionando, como fica dito, e por uma necessidade inelutável e um perpétuo conflito de forças, vai pendendo para a síntese final: uma sociedade sem classes. É, pois, evidente que neste sistema não há lugar sequer para a ideia de Deus; é evidente que entre espírito e matéria, entre alma e corpo não há diferença alguma; que a alma não sobrevive depois da morte, nem há outra vida depois desta. Além disso, os comunistas, insistindo no método dialético do seu materialismo, pretendem que o conflito, a que acima Nos referimos, o qual levará a natureza à síntese final, pode ser acelerado pelos homens. É por isso que se esforçam por tornarem mais agudos os antagonismos que surgem entre as várias classes, da sociedade, porfiando porque a luta de classes, tão cheia, infelizmente, de ódios e de ruínas, tome o aspecto de uma guerra santa em prol do progresso da humanidade; e até mesmo, porque todas as barreiras que se opõem a essas sistemáticas violências, sejam completamente destruídas, como inimigas do gênero humano".

Os teólogos da libertação podem tentar camuflar seu materialismo escondido afirmando que sua doutrina não tem nada a ver com o comunismo, mas nós sabemos que se encaixa perfeitamente nos termos da Divinis Redemptoris, é inegável a insistência do conflito de classes.

3 - Ecumenismo e aculturação

Outro erro crasso da Teologia da Libertação é o pensamento ecumênico de tentar buscar a harmonia entre religiões e até mesmo uma aculturação, fenômenos esses presentes principalmente aqui na América Latina, onde seus teólogos tentam numa forma de evangelizar tomar elementos de religiões nativas, como as indígenas, ora, isso foi condenado pela Igreja, inclusive, falei mais detalhadamente sobre isso no meu artigo sobre a Liberdade Religiosa pós-conciliar, mas por questões de simplificação, vejamos outra encíclica do Papa Pio XI, a Mortalium Animos:

"Sem dúvida, estes esforços não podem, de nenhum modo, ser aprovados pelos católicos, pois eles se fundamentam na falsa opinião dos que julgam que quaisquer religiões são, mais ou menos, boas e louváveis, pois, embora não de uma única maneira, elas alargam e significam de modo igual aquele sentido ingênito e nativo em nós, pelo qual somos levados para Deus e reconhecemos obsequiosamente o seu império.

Erram e estão enganados, portanto, os que possuem esta opinião: pervertendo o conceito da verdadeira religião, eles repudiam-na e gradualmente inclinam-se para o chamado Naturalismo e para o Ateísmo. Daí segue-se claramente que quem concorda com os que pensam e empreendem tais coisas afasta-se inteiramente da religião divinamente revelada".

Vemos aqui uma condenação ao conceito ecumênico não próprio da Teologia da Libertação, mas presente nele que é a bondade de todas as religiões, isso é falso, são fés completamente falsas que podem levar bilhões de almas para o Inferno.

Qual deve ser a posição dum católico diante disso?

Santo Terço.

Bom, certamente o católico que tem acesso as informações passadas nesse artigo fica no mínimo revoltado ao saber que os inimigos da Igreja estão tão perto que estão infiltrados nela própria, logo então surge o questionamento: O que devemos fazer? Por experiência própria, antes de morar na cidade que resido hoje, antes eu morava em uma que não tinha nenhuma comunidade tradicionalista que fosse, e todas as igrejas ou tinham a presença da RCC ou da TL, portanto, o conselho que dou para qualquer católico é primeiramente a oração, reze muito, e principalmente o rosário (nada de terço de misericórdia ou mistérios luminosos, e sim o santo terço dado diretamente pela Virgem Maria para São Domingos Gusmão), peça a intercessão das almas do purgatório, fique longe de qualquer comunidade desses grupos e reze pedindo a intercessão das almas do purgatório, que é uma das intercessões mais poderosas. Também se prepara, qualifique-se e trabalhe, se tem condições tente visitar uma comunidade tradicionalista que esteja próxima da sua moradia, e se Deus for bom contigo e receber uma graça que permita uma possível mudança, seja aberto a ela, e vá. O mundo hoje precisa de católicos dispostos a realmente fazer, e que estejam abertos a graça, e não a moleques ou moças que apenas ficam atrás da internet dentro do círculo de opiniões deles caluniando todos que são de fora, e o mesmo vale também para os ditos católicos "tradicionalistas" da internet, que passam o dia inteiro lendo milhares de livros, não rezam e criticam qualquer problema modernista atual, claro que ler e criticar o modernismo é uma atitude correta, mas sua vida se resumirá a isso? Enfim, conhecer a verdade vem com um preço muito grande, requer abandonar muitas coisas e bastante sacrifício, e se quisermos mudar isso, devemos começar por nós mesmos.


Oração final

São Pio X.

Bom, como se tornou costume, sempre peço aos leitores para orarem ao chegar no final do texto, contudo, hoje farei algo diferente, em especial para os leitores que tiverem vocação, peço que realizem o juramento anti-modernista, que apesar de ter sido removido pelo papa Paulo VI, ainda pode ser feito individualmente. Peço que medite nele e lembre-o no dia que for ordenado, para que faça a vontade da Igreja sempre, e não de seus inimigos:

"Eu, N.N., firmemente abraço e aceito cada uma e todas as definições feitas e declaradas pela autoridade inerrante da Igreja, especialmente estas verdades principais que são diretamente opostas aos erros deste dia.

Antes de mais nada eu professo que Deus, a origem e fim de todas as coisas, pode ser conhecido com certeza pela luz natural da razão a partir do mundo criado (Cf Rom. 1,90), ou seja, dos trabalhos visíveis da Criação, como uma causa a partir de seus efeitos, e que, portanto, Sua existência também pode ser demonstrada.

Segundo: eu aceito e reconheço as provas exteriores da revelação, ou seja, os atos divinos e especialmente os milagres e profecias como os sinais mais seguros da origem divina da Religião cristã e considero estas mesmas provas bem adaptadas à compreensão de todas as eras e de todos os homens, até mesmo os de agora.

Terceiro: eu acredito com fé igualmente firme que a Igreja, guardiã e mestra da Palavra Revelada, foi instituída pessoalmente pelo Cristo histórico e real quando Ele viveu entre nós, e que a Igreja foi construída sobre Pedro, o príncipe da hierarquia apostólica, e seus sucessores pela duração dos tempos.

Quarto: eu sinceramente mantenho que a Doutrina da Fé nos foi trazida desde os Apóstolos pelos Padres ortodoxos com exatamente o mesmo significado e sempre com o mesmo propósito. Assim sendo, eu rejeito inteiramente a falsa representação herética de que os dogmas evoluem e se modificam de um significado para outro diferente do que a Igreja antes manteve. Condeno também todo erro segundo o qual, no lugar do divino Depósito que foi confiado à esposa de Cristo para que ela o guardasse, há apenas uma invenção filosófica ou produto de consciência humana que foi gradualmente desenvolvida pelo esforço humano e continuará a se desenvolver indefinidamente.

Quinto: eu mantenho com certeza e confesso sinceramente que a Fé não é um sentimento cego de religião que se alevanta das profundezas do subconsciente pelo impulso do coração e pela moção da vontade treinada para a moralidade, mas um genuíno assentimento da inteligência com a Verdade recebida oralmente de uma fonte externa. Por este assentimento, devido à autoridade do Deus supremamente verdadeiro, acreditamos ser Verdade o que foi revelado e atestado por um Deus pessoal, nosso Criador e Senhor.

Além disso, com a devida reverência, eu me submeto e adiro com todo o meu coração às condenações, declarações e todas as proibições contidas na encíclica Pascendi e no decreto Lamentabili, especialmente as que dizem respeito ao que é conhecido como a história dos dogmas.

Também rejeito o erro daqueles que dizem que a Fé mantida pela Igreja pode contradizer a história, e que os dogmas católicos, no sentido em que são agora entendidos, são irreconciliáveis com uma visão mais realista das origens da Religião cristã.

Também condeno e rejeito a opinião dos que dizem que um cristão erudito assume uma dupla personalidade – a de um crente e ao mesmo tempo a de um historiador, como se fosse permissível a um historiador manter coisas que contradizem a Fé do crente, ou estabelecer premissas que, desde que não haja negação direta dos dogmas, levariam à conclusão de que os dogmas são falsos ou duvidosos.

Do mesmo modo, eu rejeito o método de julgar e interpretar a Sagrada Escritura que, afastando-se da Tradição da Igreja, da analogia da Fé e das normas da Sé Apostólica, abraça as falsas representações dos racionalistas e sem prudência ou restrição adota a crítica textual como norma única e suprema.

Além disso, eu rejeito a opinião dos que mantém que um professor ensinando ou escrevendo sobre um assunto histórico-teológico deve antes colocar de lado qualquer opinião preconcebida sobre a origem sobrenatural da Tradição católica ou a promessa divina de ajudar a preservar para sempre toda a Verdade Revelada; e que ele deveria então interpretar os escritos dos Padres apenas por princípios científicos, excluindo toda autoridade sagrada, e com a mesma liberdade de julgamento que é comum na investigação de todos os documentos históricos profanos.

Finalmente, declaro que sou completamente oposto ao erro dos modernistas, que mantém nada haver de divino na Tradição sagrada; ou, o que é muito pior, dizer que há, mas em um sentido panteísta, com o resultado de nada restar a não ser este fato simples – a colocar no mesmo plano com os fatos comuns da história – o fato, precisamente, de que um grupo de homens, por seu próprio trabalho, talento e qualidades continuaram ao longo dos tempos subsequentes uma escola iniciada por Cristo e por Seus Apóstolos.

Prometo que manterei todos estes artigos fielmente, inteiramente e sinceramente e os guardarei invioladas, sem me desviar em nenhuma maneira por palavras ou por escrito. Isto eu prometo, assim eu juro, para isso Deus me ajude, e os Santos Evangelhos de Deus que agora toco com minha mão".